segunda-feira, 2 de maio de 2011

Como a juventude pode viver na modernidade.

Não pensamos mais a juventude como uma época onde a inventividade conquistava o seu apogeu. A idéia de juventude como “época de ouro para a criação”, onde tudo aflora, as grandes mudanças acontecem, a criatividade canta, o desejo de novos ares transgride as fronteiras da individualidade para se ver expresso numa coletividade dançante, já não existe mais, agora é outra idéia que se tem da juventude, bem como a própria juventude, sendo tomada por essa idéia nova, transforma-se em outra coisa. Não se trata aqui de uma descoberta alegre, mas antes, de um derradeiro diagnóstico. Seria justo perguntarmos: no que se tornou a nossa jvuentude? Ora, o que se sabe - o que sempre se soube, bem ou mal - é que a juventude foi roubada, violentada, o capitalismo pós-moderno, rizomático e operante num espaço liso, a interiorizou, a transformou em mais uma engrenagem constitutiva de sua máquina doentia. O capitalismo, na pós-modernidade, engloba tudo (efeito sistêmico da globalização), engole implacavelmente toda a vida. Ele nos roubou até mesmo o ato de criar; a criatividade foi também interiorizada pelo capitalismo e direcionada ao consumo: a criação é a propaganda, quanto mais a propaganda persuade e conquista os indivíduos, mais criativa ela é considerada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário